mapa da expansão do território da Dinastia Han

cinco etapas seminais para a fabricação do papel chinês ilustradas em xilogravura (fonte wikipedia). 

Cai Lun foi um alto funcionário da corte imperial, na dinastia Han, que inventou o papel a partir de casca de amoreira e fibra de bambu, no ano 105.[1]

Exemplo de “livro” composto por filetes de bambu como os quais Cai Lun tinha acesso na biblioteca imperial.

“A invenção do papel é tradicionalmente atribuída a Cai Lun, no ano 105 de nossa era, durante o governo do Imperador He, da dinastia dos Han.

Cai Lun era eunuco e tinha a seu cargo a biblioteca imperial, composta por obras escritas sobre estreitas lâminas de bambu ligadas por fios que passavam através de orifícios. Entretanto, foram descobertos fragmentos de papel numa tumba do século II antes de nossa era e, assim, o lógico é considerar que Cai Lun apenas aperfeiçoou um processo técnico anterior, empregando matérias-primas que o facilitassem e dando consistência às fibras, através da massetagem dos galhos de amoreira. 

Um antigo dicionário, que data de cerca de 100 de nossa era, o SHUOWEN JIEZI, escrito por Xu Shen — com 9.353 caracteres repartidos em 540 raízes ou radicais — dá-nos a definição clássica de “papel” (ZHI) “[…] uma espécie de tela [ZHAN] de borra de seda [XU] […]”. Os fios produzidos pelo bicho-da-seda impróprios para a fiação — a “borra” — eram reduzidos a cadarço ou tecido grosseiro e, numa primeira fase, amolecidos em água progressivamente levada à ebulição. A pasta assim obtida recebia forma sobre uma tela fina de bambum emoldurada de madeira. Depois de comprimidas, as folhas de papel eram levadas a secar sobre parede aquecida. A invenção do papel teve estreita associação à seda, cuja produção, já o comprovou igualmente a arqueologia, existia na cultura neolítica de Hong Shan, na Mancúria meridional e a leste da Mongólia Interior, cujos sítios são cientificamente datáveis entre o quarto e o terceiro milênios antes de nossa era.

Associado à difusão do uso do papel está o instrumento através do qual se registram os caracteres; o pincel chinês, que servia tanto à pintura quanto à escrita. (…)”

Trecho do artigo “PAPEL, “LÍNGUA GRÁFICA” (WEINAN) E IMPRESSÃO NA CHINA” de Ricardo Joppert, fruto de uma série de conferências sobre a cultura do papel promovido pela fundação Eva Klabin em 1997.

Nesse texto acima o autor faz muitas menções à obra de Joseph Needham,  um inglês que fez um levantamento muito importante sobre a cultura chinesa para o ocidente.

O vídeo acima, que foi apresentado na abertura dos jogos Olímpicos de Beijing, conta o processo tradicional do papel chinês XUAN, um patrimônio da humanidade reconhecido pela UNESCO.

Acima um exemplo da feitura Washi paper, o papel Japonês.

Acima podemos ver um breve vídeo, editado pela Fabriano (que faz papel desde o século 13) sobre a feitura do papel Roma: