Embora esteja relacionada à invenção do papel pelos Chineses, a aquarela aparece muito antes desse seu suporte mais tradicional, seja nas imagens dos bizontes ou touros e tantas outras que se impregnaram na pedra, bem como os hieróglifos ou pinturas da China antiga. É notável o fascínio que o pigmento diluído na água (que age tanto como veículo quanto como o próprio aspecto da pintura–mancha) exerce há tanto tempo sobre nós. Hoje a produção contemporânea de aquarela transpõe as fronteiras entre tradição oriental e ocidental e segue se apresentando como uma técnica instigante e versátil. A proposição do curso é explorar e praticar esse “raciocínio” durante aproximadamente doze encontros centrados no pensamento da aquarela como mancha — e não como linha.   

[objetivo]

Entrar em contato com as particularidades e desafios da aquarela através da prática sistemática pela observação (natureza morta, modelo vivo e paisagem) e a reflexão posterior à prática é o maior objetivo do curso. 

[pré-requisitos]

Não há pré-requisitos para o curso.

[público alvo]

Público em geral, iniciantes ou até quem já cursou — ou seja, interessados por produzir aquarelas. Não precisa saber desenhar, mas é importante que a pessoa sinta-se inclinada para produzir através da observação. O desenho não será exercitado diretamente mas, certamente, essa habilidade se desenvolverá à medida que se aprende mais sobre o pensamento da “não-linha”.

Aula 1 :: 04/04/2017

Apresentações da professora e alunos;

Apresentação dos materiais — diferentes tipos de papéis, pincéis e tintas;

Explicação sobre o programa do curso e a estrutura das aulas (teoria, prática e reflexão);

Prática – fazer aquarelas através da observação de uma cena montada no ateliê com objetos (cadeiras etc). Começar a construir a imagem através do que “não é” cadeira — o que se chama de “reserva”.

Aula 2 :: 11/04/17

Momento teórico [30 min]: o que é a “reserva” — a “não linha” — e o branco — luz — na aquarela.
Artista: Giorgio Morandi;

Prática – dar continuidade à aquarelas através da observação de uma cena montada no ateliê com objetos (cadeiras etc). Começar a construir a imagem através do que “não é” cadeira — o que se chama de “reserva”.

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo (exercitar o comentário, expressar a observação das aquarelas, perceber o valor da produção de cada um — às vezes gostamos de coisas que o autor não gostou e, ao falarmos sobre isso, o autor pode mudar seu jeito de ver sua produção). 

 

 

Aula 3 ::  18/04/17

Prática – aquarela de observação com modelo vivo durante 2h30 com intervalo de  20 minutos;

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo.

aqui um registro da nossa produção:

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Aula 4 :: 25/04/17

Momento teórico [20 min] – a cor na aquarela. Pensar como se define uma paleta. Artista: Avigdor Arikha.

Prática – aquarela de observação de natureza morta — objetos mais próximos, perto da mesa (montar as cenas para cada dupla);

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo. 

 

Aula 5 :: 09/05/17

Prática – aquarela de observação com modelo vivo durante 2h30 com intervalo de  20 minutos;

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo.

 

Aula 6 :: 16/05/17

Momento teórico [20 min] – o nanquim. Cinza é cor! Artistas: Qi Baishi e Wu Guanzhong

Prática – aquarela de observação de natureza morta com plantas — objetos mais próximos, perto da mesa (montar as cenas para cada dupla) se utilizando apenas do nanquim. 

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo.

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Aula 7 :: 23/05/17

Momento teórico [20 min] – a obra de Sidney Amaral.

Prática – aquarela de observação com modelo vivo durante 2h30 com intervalo de  20 minutos;

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo.

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Aula 8 :: 30/05/17

Momento teórico [20 min] – a paisagem. Artista: Rubens Matuck. 

Prática – aquarela de observação de paisagem pelo deck do  SESC.  

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo.

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Aula 9 :: 06/06/17

Prática – aquarela de observação com modelo vivo durante 2h30 com intervalo de  20 minutos;

 

Aula 10 :: 13/06/17

Momento teórico [20 min] – o papel.

Prática: autorretrato.
Caso desejem, podemos combinar de ir a algum lugar para praticar a paisagem.   Pintura plen air na praça da nascente foi cancelada! Motivo: chuva e frio programados para esse dia. 

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo. 

 

Aula 11 :: 20/06/17

Prática – aquarela de observação com modelo vivo durante 2h30 com intervalo de  20 minutos;

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo.

 

Aula 12:: 27/06/17

Momento teórico [20 min] – o livro de artista. A aquarela e o nanquim no caderno. 

Prática – os alunos podem escolher o que produzir — natureza morta ou paisagem ou autorretrato. Se for do interesse do grupo, podemos fazer uma breve oficina de encadernação para que todos possam praticar em seus cadernos no futuro. 

Para os cadernos, fizemos a costura japonesa. O passo-a-passo abaixo foi retirado do livro “Arte Em Papel” de Clare Youngs.

Discussão [30 minutos finais]: comentar (toda a turma) a produção do grupo e avaliação do curso

 

[materiais do aluno]

Papéis

(Preferencialmente maiores do que 35 cm de largura) de aquarela.) 

O ideal é que o aluno compre poucas folhas (três no máximo) para a primeira aula e que, ao longo do curso a professora possa ir indicando alternativas. É muito recomendável que se experimente uma ampla gama de qualidades de papel, por isso não seria indicado que se comprasse um bloco (ou se usasse somente um tipo de papel).

A canson produz um papel mais em conta que se chama Monval e é aceitável. Papeis Hahnemuhle de bamboo (200g) ou Britania, Cotman ou Fabriano respondem bem. 

O papel de prova para gravura da Hahnemuhle apesar de não ser “indicado” para isso, responde muito bem à várias demãos e o pigmento. Em termos de custo/ benefício vale à pena, pois, apesar de não serem baratos, também não são tão caros como como Arches, Roma e Fabriano artístico. Quanto aos orientais, a professora recomenda que se experimente. Ela explicará ao longo do curso as diferenças entre eles.

 

Tintas

Lápis aquareláveis não serão usados ao longo do curso.

Não precisa de branco porque não o usaremos. 

O ideal é que todos já tenham ao menos as duas cores — ocre e marrom — para a primeira aula. O preto deve ser o nanquim (também fundamental para o curso).

Há basicamente dois tipos de aquarelas comerciais prontas — as em bloco e as em bisnaga. Cada pessoa pode escolher o jeito que prefere trabalhar pois as tintas em bisnaga são mais fáceis de ser diluídas num godê (que pode ser caixa de ovo de plástico) e as em bloco devem vir num estojo ou algo que as organize. 

Há muitas marcas aceitáveis no mercado. Tintas Rowney, Cotmann, Van Gogh são consideradas “para estudantes” mas são muito boas e talvez um pouco caros, mas razoáveis. Old Holland e Schmincke são linhas profissionais e as preferidas da professora, mas, infelizmente, caras. 

É preferível que o aluno tenha_
ocre,
siena,
sombra queimada (e ou van dyck),
e azul ultramar 

Formar uma “paleta” própria também é um dos objetivos do curso então é melhor que cada um vá montando suas cores ao longo da prática.

Pincéis 

O pincel é uma ferramenta bastante pessoal, cada pessoa tem suas preferências no entanto, é recomendável que se experimente uma variedade deles para que se encontre o que gosta. Pincéis para aquarela devem ter as cerdas bem macias. Os pincéis devem ser mais grossos à partir de 6mm de “largura” ou “bitola”. Não precisa de pincel pequeno para a aula. 

Pincéis chineses ou japoneses (há papelarias na liberdade com boa gama deles) são muito ricos para linhas e manchas e são muito recomendáveis.

A tigre faz um pincel de orelha de boi que é aceitável.

 

[data e hora]

O curso seria às terças-feiras ou quintas-feiras, das 10h às 13h podendo ser alterado de acordo com a disponibilidade do SESC Pompeia. 

Carga horária total do curso: 36 horas.

 

[faixa etária recomendada]

À partir de 16 anos.

 

[vagas]

20